Terça-feira, Abril 30, 2024
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A Saga do PT por Um Canal Próprio: Jilmar Tatto e a Arte de Navegar Contra a Maré

Humor Político

No mais recente capítulo das aspirações midiáticas do PT, o partido encontra-se em águas turbulentas, com o Ministério das Comunicações negando seu pedido para ancorar um canal de TV aberta e emissora de rádio próprios. Com o leme nas mãos de Jilmar Tatto, cuja bússola política parece apontar para um norte questionável, o deputado se vê em meio a uma tempestade de controvérsias e comparações com táticas ditatoriais.

O plot twist de Tatto, que outrora sonhou alto nas eleições municipais de São Paulo e acabou naufragando em sexto lugar, agora tenta velejar contra os ventos da razão. Sua mais recente façanha? Tentar criar um reduto de comunicação exclusivo para o PT, uma manobra que até os mais experientes capitães da política sabem ser navegada por águas perigosamente próximas à censura e ao controle estatal da mídia – territórios frequentemente explorados por ditadores em busca de amplificar suas verdades únicas.

A tentativa de Tatto e companhia de contrariar o pré-acordo entre Lula e Boulos, no qual o PT apoiaria Boulos para prefeito de São Paulo em troca de apoio a Haddad para governador, parece agora uma pequena onda em um oceano de desafios. A negativa do Ministério das Comunicações ao pedido do PT é um lembrete de que, na democracia brasileira, o espectro das comunicações deve permanecer um mar aberto, não um lago privado para natação exclusiva de qualquer partido.

Navegando por entre 49 canais vagos, o PT argumentou que um meio de comunicação próprio seria uma “verdadeira pedagogia de participação político-partidária”. No entanto, o Ministério, com Tawfic Awwad no timão da decisão, foi claro: partidos políticos não estão na lista de entidades autorizadas a operar concessões públicas de rádio e TV, uma política que visa evitar que as ondas do espectro sejam monopolizadas por vozes partidárias, garantindo a pluralidade e a diversidade do debate público.

Enquanto o PT lança seu canal via satélite, um empreendimento que, ao menos por enquanto, escapa das restrições de concessões públicas, Jilmar Tatto parece decidido a continuar sua “expansão” midiática. Mas, diante das claras diretrizes legais e da necessidade de preservar o espaço democrático das comunicações, talvez seja hora de o PT reconsiderar sua rota e reconhecer que a liberdade de expressão não pode ser confinada às fronteiras de um único partido.

Com o custo mensal de R$ 35 mil para o canal via satélite, a legenda mostra que está disposta a pagar o preço para fazer sua voz ser ouvida. Mas, ao insistir em caminhos que flertam com a concentração de poder midiático, o PT, sob a orientação de Tatto, corre o risco de ser visto como aqueles contra os quais historicamente lutou, navegando perigosamente perto das águas da hipocrisia política.


Este texto é uma sátira política e deve ser lido como tal. Em um universo onde as linhas entre democracia e autoritarismo são constantemente navegadas, Jilmar Tatto encontra-se na encruzilhada, tendo que decidir se quer ser um farol de liberdade ou um navio fantasma da censura.

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