Silveiras completa 180 anos
Silveiras é uma pequena cidade situada no chamado “ Vale Histórico do Rio Paraíba”, no Estado de São Paulo. Sua área é de 412 Km2 a 670 m de altitude, cuja temperatura oscila entre 14 e 29 graus centígrados. Sua origem remonta ao final do século XVIII com um rancho de Tropeiros ao redor do qual construíram algumas casas. No centro deste pequeno povoado ergueu-se uma capela em honra de Nossa Senhora da Conceição (no mesmo local em que se construiu em 1909 a igreja Matriz atual). Estava sendo aberta uma estrada chamada “ Caminho Novo” ou “ Estrada Real” por onde seria transportado o ouro que vinha de Minas Gerais para ser fundido no Rio de Janeiro. Ao longo desta estrada o Império distribuía terras para serem povoadas, cultivadas e cujo habitantes deviam manter um caminho de terra em condições de ser utilizado, principalmente pelos Tropeiros que foram os pioneiros no transporte de vários tipos de produtos. A Família silveiras se instalou nestas terras e ergueu o Rancho do Tropeiro por volta de 1780.
A cidade herdou seu nome desta família que primeiro a habitou.Em 1830, o povoado de Silveiras que pertencia à Lorena foi elevada a Freguesia. Em 1842 ocorreu a Revolução Liberal e Silveiras foi alvo de muitos combates até ser derrotada a 12 de julho de 1842 pelo soldados imperialistas, quando foram mortos muitos Silveirenses. Em 28 de fevereiro de 1842 foi implantada a Vila de Silveiras. Em fevereiro de 1874 Silveiras recebeu o titulo de cidade (município) e tornou-se Comarca ( com fórum, juiz, promotor, etc.) em 1888. A comarca foi extinta em 1938 ( pelo Governador Ademar de Barros) devido ao pouco movimento causado pelo êxodo rural que se iniciava. Silveiras que chegará a possuir 25 mil habitante viu sua gente partir e começar sua decadência. Com a queda do café, a abertura da nova rodovia (via Dutra) que não passou por Silveiras, a estrada de ferro que também teve seu traçado de São Paulo ao Rio de Janeiro não abrangendo nosso município, ficando este a margem do progresso que atingiu as demais cidades próximas à rodovia e a ferrovia. Silveiras que era a quarta cidade mais populosa do Vale do Paraíba conheceu anos de ostracismo e decadência quando só o amor à terra natal conseguiu manter aqui os silveirenses. Os jovens foram embora estudar fora e se fixaram nos centros maiores. Famílias inteiras partiram para não mais voltar.Em 1978 reuniram-se alguns silveirenses idealistas liderados e motivados por João Camilo (artesão) e Ocílio Ferraz (Historiador) além de outros de saudosa memória com o objetivo de despertar Silveiras do marasmo existente. Iniciaram um movimento chamado “Silveirarte” onde através de encontros, palestras, reuniões se propuseram a tomar medidas praticas, simples e funcionais para dar condições de trabalho e fixação do silveirense na terra natal.Foi desenvolvido e aperfeiçoado o artesanato de madeira, bambu, crochê que propiciou nova fonte de renda às famílias. Este artesanato espalhou-se pelo Brasil e atualmente é exportado para vários paises.
São centenas de artesão que trabalham nestas atividades que atraem turistas de várias regiões. Foi também desenvolvido por Ocílio Ferraz o movimento Tropeirista o qual ele preside através da Fundação Nacional do Tropeiro que possui biblioteca, peças históricas, restaurante tropeiro, e faz a divulgação da cultura destes pioneiros na história do Vale do Paraíba.Hoje na entrada da cidade existe o portal do tropeiro (com estátua). A Antiga rodovia que saindo da Via Dutra passa por Silveiras chama-se Estrada do Tropeiro, na Praça do Tropeiro existe o Rancho do Tropeiro onde se centraliza a já tradicional Festa do Tropeiro no ultimo domingo de agosto desde 1981. Existem pousadas na zona rural e na cidade temos o restaurante do Tropeiro (Ocílio Ferraz), restaurante Casarão ( Celeste), o Pesqueiro Sonho Meu no bairro da Cascata ( Sandrinho) além da Pausada Estrada Real (Felipe Néri). Existe um exposição e venda de artesanato local no Departamento de Cultura e Turismo (Casarão). Visite Silveiras e conheça o bonito artesanato. Retorne a sua terra, você que daqui se foi, pois ela o aguarda de braços abertos.
FONTE:José de Miranda Alves. Silveiras – História e Tradição. 1977.
Ocílio José Azevedo Ferraz. Voltando as Origens. CESP. 1984