Sexta-feira, Novembro 15, 2024
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Mãe e Madrasta Condenadas a 57 Anos de Prisão por Torturar e Matar Menina de 6 Anos em Porto Real

No triste desfecho de um crime brutal ocorrido em 2021, as rés Gilmara Oliveira de Farias, mãe, e Brena Luane Nunes, madrasta, foram condenadas a cumprir penas de 57 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado. O crime chocante envolveu a tortura e morte de Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, uma menina de apenas 6 anos de idade, em Porto Real, no Rio de Janeiro.

O julgamento ocorreu durante mais de oito horas na última terça-feira (5) e culminou com a sentença divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) no dia seguinte. A decisão do júri popular considerou procedente a acusação de que a pequena Ketelen foi vítima de espancamentos e torturas inimagináveis por três dias consecutivos nas mãos de sua própria mãe e madrasta.

Os atos de crueldade incluíram socos, arremessos contra a parede, pisoteios, chicoteadas, e chegaram a um ponto alarmante quando a menina foi arremessada de um barranco com aproximadamente sete metros de altura. A tragédia que se desenrolou diante dessa criança inocente levou a uma parada cardiorrespiratória, que infelizmente resultou em sua morte.

O juiz Cariel Benzerra Patriota enfatizou que “a morte de uma criança de apenas 6 anos não se resume a um ato isolado de homicídio”. Ele prosseguiu afirmando que “trata-se de um ato de extrema perversidade que transcende os limites da compreensão humana”.

Não obstante, a mãe de Brena Luane Nunes, Rosângela Nunes, de 53 anos, acusada por omissão de socorro, ainda não enfrentou julgamento. O processo foi desmembrado devido à condição de saúde da ré, que se encontra internada desde outubro deste ano no Hospital São João Batista, em Volta Redonda (RJ), lutando contra um câncer.

O juiz justificou o desmembramento como medida para garantir o direito da ré à ampla defesa, dada a sua condição de saúde. A acusação alega que ela “concorreu eficazmente para a produção do resultado morte, já que se omitiu quando deveria agir, uma vez que desempenhava cuidados diários para a menor, oferecendo abrigo e alimentação eventual à vítima”.

O trágico caso veio à luz em abril de 2021, quando a Polícia Civil foi informada sobre as agressões e torturas infligidas a Ketelen entre os dias 16 e 18 daquele mês. A mãe, a madrasta e a sogra da mãe compartilhavam a mesma residência com a menina na época.

Local onde a criança dormia — Foto: Isabelle Magalhães

As investigações revelaram que, durante esse período de terror, a criança não recebeu alimentação adequada, sendo submetida a uma série de agressões físicas, incluindo o uso de um fio de TV como instrumento de chicoteamento. Ketelen foi ainda arremessada de uma altura de sete metros em um matagal, resultando em ferimentos fatais.

A tragédia culminou quando, na madrugada de 19 de abril, a menina sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. As agressoras tentaram encobrir o crime, alegando que a criança havia se machucado em um mourão (tronco utilizado para estender arames). No entanto, a gravidade das lesões desmentiu essa versão quando a menina foi levada para atendimento médico.

De acordo com o Ministério Público, as agressões foram motivadas por ciúmes, uma vez que a mãe da criança e sua namorada estavam em um relacionamento marcado por desavenças e disputas. A trágica morte de Ketelen permanecerá como um sombrio capítulo na história de Porto Real e serve como um lembrete angustiante da necessidade de proteger as crianças e garantir que tais atrocidades nunca mais se repitam.

Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães

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