Política, arma e emboscada: Thiago Bally é preso acusado de mandar matar jovem em São Sebastião
A Polícia Civil de São Sebastião colocou fim à fuga de Thiago Alack de Souza Ramos, o Thiago Bally (PSDB), preso nesta sexta-feira (16) sob a acusação de ser o mandante de um assassinato brutal que chocou o Litoral Norte paulista. Ex-vereador eleito em 2024 com 1.173 votos, Bally estava foragido há mais de seis meses, desde que teve a prisão preventiva decretada por envolvimento na morte de um jovem de 22 anos.
A captura aconteceu em Juquehy, onde agentes do 2º Distrito Policial realizaram diligências e localizaram o suspeito. Ele foi encaminhado à delegacia local e será transferido ainda hoje para a cadeia pública de Caraguatatuba.
O crime ocorreu na tarde de 6 de abril de 2024, em uma chácara à beira da Rodovia Doutor Manoel Hipólito do Rêgo. A vítima, Victor Alexandre de Lima, foi alvejada por dois tiros à queima-roupa após ter ido ao local supostamente para uma negociação com Maiquel Douglas Pires Ferreira, que confessou o homicídio, alegando legítima defesa. No entanto, a investigação revelou algo muito mais sombrio.
De acordo com o Ministério Público, Thiago Bally teria arquitetado a emboscada. A motivação, segundo a denúncia, seria uma informação repassada ao político de que Victor planejava sequestrar sua filha. Em vez de procurar a polícia, Bally teria optado por resolver a questão de forma sangrenta e direta: ordenando a execução.
A juíza Gláucia Fernandes Paiva, ao decretar a prisão preventiva, destacou que o então vereador eleito esteve na cena do crime minutos antes da execução, e que existem “indícios suficientes” da sua participação como mandante. A magistrada também considerou ineficazes quaisquer medidas cautelares que não fossem a prisão.
Bally chegou a afirmar, em depoimento, que parou no local apenas para ajudar um carro quebrado, mas a versão foi considerada inconsistente diante das provas reunidas.
Com a prisão decretada e o não comparecimento à posse, a Câmara de São Sebastião cassou o mandato de Bally, e a vaga foi ocupada por Professor Cardim (PSDB).
Agora, o ex-vereador eleito enfrentará a Justiça como réu em um processo por homicídio qualificado, enquanto a cidade acompanha atônita um dos capítulos mais tensos e trágicos da política local.
A defesa de Thiago Bally ainda não se pronunciou. O caso segue sob investigação.
