Vereador de Cachoeira Paulista se afasta do cargo após ser alvo de investigação por estupro
Defesa afirma que houve vazamento ilegal de vídeo com denúncias e pede respeito à família do parlamentar
O vereador Reginaldo Figueiredo (PP), de Cachoeira Paulista, pediu afastamento por 60 dias da Câmara Municipal. A decisão ocorre em meio a uma investigação que apura uma acusação de estupro envolvendo um adolescente. O inquérito tramita sob segredo de Justiça e está a cargo da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Lorena.
A notícia da denúncia circulou poucas horas antes da sessão legislativa da última terça-feira, gerando repercussão nos bastidores da política local. Segundo apurado, o caso foi transferido para Lorena por ordem da Delegacia Seccional de Guaratinguetá. A delegada responsável, Adriani Gonçalves, confirmou que o inquérito já foi instaurado, mas ressaltou que, por envolver menor de idade, todas as informações estão sob sigilo absoluto.
No início da sessão, Reginaldo usou a tribuna para comentar o afastamento. Disse que tomou conhecimento da acusação por meio do Conselho Tutelar e que, desde então, se colocou à disposição da Justiça. “Fui até o Conselho, tomei ciência da denúncia e me afastei do meu lar para não colocar ninguém sob pressão. Quero que tudo seja apurado de forma justa e transparente, preservando minha família”, declarou.
O parlamentar também afirmou que sua defesa está apurando a origem de um vídeo com denúncias que circulou nas redes sociais, o que, segundo ele, fere a Lei Geral de Proteção de Dados. “Meu advogado já está tomando providências. Peço respeito neste momento delicado. Tenho filhos e uma família que estão sendo expostos de forma cruel.”
O presidente da Câmara, vereador Felipe Piscina (União Brasil), confirmou que o pedido de afastamento partiu do próprio Reginaldo e que a Casa não recebeu nenhuma notificação judicial. “Ele nos procurou antes da sessão e comunicou sua decisão. A Câmara apenas acatou o pedido”, disse.
Com a vaga temporariamente aberta, o suplente Wellington Silva (PP) deverá ser convocado para assumir o cargo durante os 60 dias de afastamento.
O caso continua sendo apurado pelas autoridades, e, por envolver menor de idade, segue sob total sigilo legal.