“Por sexo, líder religioso ameaçava fiel dizendo que ‘entidade’ mataria sua família”
Um líder religioso de 51 anos foi preso em Bananal (SP), acusado de estupro e violação sexual mediante fraude. Ele é investigado por usar a fé alheia para abusar de mulheres, chegando a ameaçar uma fiel dizendo que uma “entidade espiritual” mataria seus pais – arrancando-lhes a cabeça – caso ela não mantivesse relações sexuais diárias com ele.
A prisão aconteceu na manhã do dia 10 de abril, no bairro Vila Bom Jardim, após cumprimento de mandado da Polícia Civil. No local, foram apreendidas câmeras de monitoramento, bebidas alcoólicas, peças íntimas femininas e o celular do investigado, onde estariam armazenados registros dos abusos.
Segundo a investigação, o homem afirmava incorporar uma entidade espiritual durante os atendimentos e usava essa alegação para abusar sexualmente das vítimas. Ele filmava e fotografava os atos sem consentimento e, depois, chantageava as mulheres ameaçando divulgar o conteúdo na internet.
Até o momento, cinco vítimas procuraram a polícia para relatar abusos. No entanto, os investigadores acreditam que o número de mulheres envolvidas possa ser maior.
A denúncia
O caso veio à tona após a denúncia de uma jovem de 24 anos, que procurou o suposto líder espiritual em busca de apoio em um “gira espírita” na cidade. Segundo ela, o homem iniciou um ritual de purificação em que a orientava a ficar nua, passando as mãos em seu corpo e alegando que era a entidade que o comandava.
Depois de algumas sessões, ele disse que “os espíritos” haviam determinado a realização de novos rituais, que envolviam tirar fotos da vítima nua. Em um primeiro momento, ela chegou a manter relações consensuais com o investigado, mas decidiu terminar. Foi quando começou a ser ameaçada.
O homem dizia que a entidade mataria os pais dela se o relacionamento fosse encerrado e que divulgaria as fotos íntimas. Com medo das ameaças e da repercussão na cidade, a vítima ainda manteve o contato por algum tempo. Porém, ao atingir seu limite, decidiu denunciar o caso à polícia.
Investigação em andamento
As câmeras encontradas no local eram usadas para filmar os abusos. De acordo com a Polícia Civil, o investigado dopava as vítimas com bebidas alcoólicas antes das agressões.
A prisão do líder religioso é temporária, mas pode ser convertida em preventiva. A polícia reforça que outras vítimas que tenham passado por situações semelhantes podem procurar a delegacia. O caso segue sob investigação.
