Vereador de Campos do Jordão é preso acusado de ser mandante de furto de cabos telefônicos
A tranquilidade do alto da serra foi rompida com a prisão do vereador José Matos da Costa (PSD), de 69 anos, acusado de ser o mandante de um furto de cabos de telefonia em Campos do Jordão. O parlamentar, que cumpre seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal, foi autuado em flagrante por furto qualificado e permanece à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia na cidade de Taubaté.
O caso foi registrado na noite de sexta-feira (6), no bairro Jardim Andira, onde dois homens — de 22 e 28 anos — foram surpreendidos pela Polícia Militar transportando 38 quilos de cabos telefônicos furtados da empresa Telefônica Vivo. A dupla, segundo consta no boletim de ocorrência lavrado na Delegacia de Campos do Jordão, não apenas confessou o crime como também revelou quem seria o verdadeiro mandante da ação: o próprio vereador José Matos.
Durante os depoimentos, os suspeitos detalharam que receberam uma quantia em dinheiro adiantada para executar o furto e que o restante do pagamento seria entregue após a entrega da carga roubada. Em um trecho do boletim, a polícia relata: “Os autores […] não só confessaram o delito de furto como apontaram o mandante da conduta delitiva, qual seja, o autor José Matos, dizendo que receberam quantia em dinheiro para que praticassem o delito e que receberiam nova quantia após entregar a res furtiva.”
A investigação ganhou mais corpo com o depoimento de uma testemunha, que também teve o celular periciado pela polícia. De acordo com os investigadores, o conteúdo do aparelho revelou conversas e registros que indicam que essa não teria sido a primeira vez que o esquema foi colocado em prática — o que agrava ainda mais a situação do vereador. Essa informação contradiz diretamente a versão apresentada por Matos, que negou qualquer envolvimento com os autores do furto.
O crime é tipificado como furto qualificado — pelo concurso de pessoas e pela subtração de bem público essencial — e está previsto no artigo 155 do Código Penal, cuja pena pode variar de dois a oito anos de prisão, além de multa.
O caso causou perplexidade entre moradores da cidade turística e já repercute na esfera política local. A Câmara de Campos do Jordão ainda não se manifestou oficialmente sobre a prisão de um de seus membros mais antigos, mas o clima é de tensão entre os colegas de plenário.
A expectativa é que novas diligências sejam realizadas nos próximos dias para apurar se há outros envolvidos ou se o crime fazia parte de um esquema mais amplo. A Justiça deve decidir nos próximos dias se José Matos responderá ao processo em liberdade ou se permanecerá preso enquanto as investigações prosseguem.
