Após morte de detento por meningite, visitas são suspensas na Penitenciária de PotimDoença infecciosa pode ser causada por vírus ou bactérias e atinge o cérebro e as membranas que protegem o sistema nervoso central
A morte de um preso por meningite acendeu o alerta na Penitenciária 1 de Potim, no interior de São Paulo. Por medida de segurança, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) determinou a suspensão temporária das visitas de familiares a um dos pavilhões da unidade e interrompeu as transferências de detentos, como forma de conter qualquer possível risco de disseminação da doença.
Segundo nota divulgada pela SAP, o caso teve início na última segunda-feira (2), quando o detento, que não teve a identidade revelada, apresentou sintomas de mal-estar súbito. Ele foi prontamente socorrido e encaminhado ao hospital da região, mas infelizmente não resistiu e faleceu poucos dias depois. O diagnóstico médico apontou meningoencefalite, uma forma grave de inflamação que atinge simultaneamente o cérebro e as meninges — as delicadas membranas que envolvem e protegem o sistema nervoso central.
As causas exatas da infecção ainda estão sob investigação. Amostras foram coletadas e estão sendo analisadas para identificar se o agente causador foi viral, bacteriano ou de outra natureza. A confirmação do tipo de meningite é fundamental para orientar as próximas medidas sanitárias dentro da unidade prisional. “Todas as providências necessárias estão sendo tomadas para preservar a saúde dos demais custodiados e dos servidores”, informou a SAP.
Entenda o que é a meningite
A meningite é uma condição grave que ocorre quando há inflamação das meninges, que são as membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou outros agentes infecciosos, sendo a meningite bacteriana a forma mais grave e potencialmente fatal.
A transmissão geralmente ocorre de pessoa para pessoa, por meio de secreções respiratórias, como gotículas de saliva expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Em alguns casos, o contágio pode acontecer pelo consumo de água ou alimentos contaminados, e até mesmo por contato com fezes, especialmente em ambientes com baixa higiene.
Entre os principais sintomas estão febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, vômitos, sensibilidade à luz e confusão mental. Em quadros mais graves, a doença pode evoluir rapidamente para convulsões, coma e morte. A prevenção inclui vacinação, hábitos rigorosos de higiene e isolamento de casos suspeitos.
A Penitenciária de Potim abriga centenas de presos em regime fechado e, como qualquer espaço com alta concentração de pessoas, é especialmente vulnerável à propagação de doenças infectocontagiosas. A suspensão de visitas é uma medida cautelar, mas necessária, até que haja segurança para retomar o contato entre detentos e seus familiares.
A SAP reforça que acompanha o caso de perto e que todos os internos e servidores estão sendo monitorados. Caso surjam novos sintomas em outros presos, novas ações serão adotadas em conformidade com os protocolos da Vigilância Epidemiológica.
