“Sargento Pincel” vai parar no xilindró após desfile de mentiras em Resende
Resende – O teatro acabou mal para um homem que, com pinta de militar de novela das antigas, tentou bancar o “Sargento Pincel” no bairro Campos Elíseos, em Resende, e acabou batendo continência… pro camburão da polícia.
O cidadão, cuja idade segue tão secreta quanto sua patente, resolveu brincar de soldadinho de chumbo na rua. Vestindo trajes parecidos com os do Exército e ostentando uma carteira com brasão militar que mais parecia ter saído de uma impressora meia boca, ele passou a filmar mulheres e lojas com o celular, como se estivesse em missão de reconhecimento — só faltou a trilha sonora do Tropa de Elite.
Um segurança de loja, atento ao teatro de rua, resolveu chamar o artista no canto: “Ô camarada, o que cê tá aprontando aí?” Foi o suficiente pro “milico” se irritar e tirar da calça (literalmente) sua credencial de “terceiro sargento”. A plateia, formada por populares curiosos, ouviu o show de autoridade e viu o suspeito exibir o documento como se fosse a carteirinha VIP do quartel-general da ficção.
Mas o ato caiu quando a Guarda Municipal e a Polícia Civil entraram em cena. Durante o papo, o ator de farda improvisada tropeçou nas próprias falas: disse que era da ativa, depois da reserva, depois talvez da reserva moral — ninguém entendeu. O figurino também não ajudou: fotos 3×4 em fardamento e papéis “militares” com mais erros do que prova de aluno colando.
Diante das contradições e do nervosismo de quem sabe que a cortina está prestes a cair, os agentes precisaram imobilizá-lo para a condução até a 89ª Delegacia de Polícia. Lá, a peça finalmente acabou. O delegado Michel Floroschk, sem paciência pra dramaturgia barata, bateu o martelo: autuação por uso de documento falso e resistência à prisão.
A papelada duvidosa foi enviada para perícia — se não desmanchar no caminho — e o “sargento” permanece preso, à disposição da Justiça. Teve todos os direitos garantidos, inclusive o de ficar calado. O único comando que ele obedeceu mesmo foi o de “marcha ré” até o camburão. Fim da linha para o falso fardado.
