Sábado, Maio 31, 2025
Capa

“Voltar a viver”, cantou Priscila. Mas 40 dias depois, ela foi brutalmente assassinada com os filhos

Era uma tarde como tantas outras para quem passava pelos bancos da igreja. Mas no altar, com os olhos marejados e o coração em chamas de fé, a cantora gospel Priscila Carolina da Silva de Jesus Santos, de 36 anos, entoava com alma as palavras que tocavam a todos: “Vai voltar a viver”. Ninguém imaginava que aquela seria uma das últimas vezes que ouviriam sua voz cheia de esperança e amor à vida. Quarenta dias depois, Priscila teve sua história interrompida de forma brutal.

Na manhã da última segunda-feira, 26, Priscila foi assassinada com golpes de pá e marreta em Mongaguá, no litoral de São Paulo. Ao seu lado, dois de seus três filhos, Kaio, de 13 anos, e Dandara Vitória, de 11, também foram mortos.

O crime foi cometido pelo ex-cunhado de Priscila, identificado como José Roberto Alves do Espírito Santos, de 41 anos. A crueldade não teve limites: além dos assassinatos, ele estuprou a ex-esposa – irmã de Priscila – na mesma casa. Segundo a polícia, a mulher foi poupada para ser obrigada a assistir ao massacre da irmã e dos sobrinhos. Antes de ser preso em flagrante, ele ainda ameaçou: “Vou sair logo da cadeia e vou terminar o serviço”.

O filho mais velho de Priscila, de 16 anos, sobreviveu. Ferido, conseguiu escapar da morte que rondou sua casa naquela manhã. Os crimes aconteceram por volta das 10h, no bairro Jussara, onde a família morava havia pouco tempo. Priscila e os filhos haviam se mudado recentemente de São José dos Campos, onde moravam na região do Alto da Ponte, zona norte da cidade.

A comoção foi imediata. Em São José, Priscila era muito querida. Sua voz embalava cultos, sua fé inspirava e sua presença era sinônimo de consolo e carinho. Seu filho Kaio era conhecido como “Pelezinho”, uma promessa do futebol que encantava nos campos e nas quadras. A filha Dandara, com olhos vivos e coração generoso, era o espelho do amor que recebia em casa.

Nas redes sociais, as homenagens emocionadas se multiplicaram.
“Descanse em paz com seus filhos, Priscila”, escreveu Talita Rodrigues.
“Crime brutal. Pri e seus filhos agora estarão pra sempre seguros nos braços do Pai… Sempre será lembrada, amiga”, lamentou Diane Lopes.

A Igreja Assembleia de Deus Ministério Filadélfia de Mongaguá, onde Priscila havia feito sua última apresentação, também expressou seu luto em nota: “A Igreja hoje está de luto pela perda, aqui na Terra, de nossos queridos irmãos e membros Priscila, Kaio e Dandara”.

Priscila cantava sobre vida, esperança e renascimento. Sua voz agora ecoa na lembrança dos que a amavam. E sua memória, marcada por amor, fé e tragicamente por injustiça, jamais será esquecida.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

error: Content is protected !!