Sábado, Maio 24, 2025
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Supercomputador de R$ 25 milhões é entregue ao Inpe em Cachoeira Paulista e promete revolucionar a previsão do tempo no Brasil

O novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), projetado para gerar previsões do tempo com precisão inédita no país, foi oficialmente entregue nesta sexta-feira à unidade da instituição em Cachoeira Paulista (SP). Com investimento de cerca de R$ 25 milhões, o equipamento desembarcou no Brasil na última terça-feira (20), vindo dos Estados Unidos, e agora passa a integrar um ambicioso projeto de modernização tecnológica do órgão.

Pesando cinco toneladas e transportado em diversas caixas, o supercomputador chegou ao terminal de cargas do aeroporto de São José dos Campos logo após sua chegada ao país. Nesta sexta, às 10h30, o comboio com o equipamento seguiu escoltado pela Polícia Rodoviária Federal até o Inpe, onde desembarcou pontualmente às 12h35. A montagem e os testes devem ocorrer entre o final de maio e o mês de junho, com a previsão de que o sistema esteja plenamente operacional em julho.

A máquina foi adquirida por licitação junto à empresa HPE-Cray e será usada na realização de previsões numéricas de tempo, clima e simulações ambientais. Segundo o coordenador de Infraestrutura de Dados do Inpe, Ivan Márcio Barbosa, trata-se do primeiro de quatro supercomputadores previstos em um projeto nacional de R$ 200 milhões que inclui ainda a construção de uma usina de energia solar, sistemas elétricos dedicados e infraestrutura de refrigeração com água tratada para suportar a operação de alta performance.

“O supercomputador permitirá a produção de previsões mais rápidas e confiáveis. Isso impacta positivamente diversos setores da sociedade, desde a prevenção de desastres naturais até a agricultura e a produção de energia”, destacou Barbosa. Enquanto o atual sistema Tupã leva cerca de 23 horas para gerar uma previsão, o novo equipamento fará o mesmo trabalho em questão de minutos.

A entrega representa também o início do fim da era do Tupã, o supercomputador que operava desde 2010 e já vinha sendo desmontado desde março. Apesar de ter recebido um reforço técnico em 2017 para prolongar sua vida útil, o Tupã é hoje considerado defasado frente às demandas atuais de monitoramento climático e ambiental.

O novo sistema promete elevar o patamar do Inpe em capacidade computacional, aprimorando os modelos de previsão e possibilitando análises mais complexas e rápidas sobre fenômenos extremos como tempestades, secas, queimadas e enchentes. Além disso, reforçará o suporte ao Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), à Defesa Civil e a setores estratégicos como energia e agronegócio.

A próxima aquisição dentro do programa de modernização já tem previsão para o segundo semestre deste ano, embora o processo licitatório de cada equipamento leve até dois anos para ser concluído. “É um sistema sofisticado, que exige planejamento e tempo, mas que garantirá ao Brasil uma posição de destaque na ciência climática mundial”, concluiu Barbosa.

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