Sábado, Maio 24, 2025
Cidades

Quadrilha é presa em Barra Mansa após aplicar golpes com falso mutirão oftalmológico gratuito

Uma operação conjunta da Polícia Civil, Secretaria Municipal de Ordem Pública e Procon desmantelou, neste domingo (18), uma quadrilha especializada em aplicar golpes por meio de um falso mutirão oftalmológico gratuito em Barra Mansa (RJ). Pelo menos 12 pessoas foram presas, enquanto mais de 20 vítimas prestaram depoimento na delegacia.

O grupo atuava principalmente nos bairros Saudade e Ano Bom, onde anunciava, por redes sociais, supostas consultas oftalmológicas gratuitas com direito a óculos sem custo. Para dar veracidade ao golpe, os estelionatários utilizavam indevidamente imagens do prefeito, de secretários municipais e do logotipo do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a Secretaria de Ordem Pública, as investigações começaram após denúncias de moradores que desconfiaram das promessas. A prefeitura informou que o município possui uma fábrica de óculos que atende a população por vias oficiais e gratuitas, e que jamais autorizou tal mutirão.

Quando os agentes chegaram aos pontos indicados nas postagens, encontraram cerca de 40 pessoas em cada local aguardando atendimento. Apesar da promessa de gratuidade, máquinas de cartão estavam sendo usadas para cobrança de valores. Muitas vítimas já haviam efetuado pagamento antecipado.

Segundo os investigadores, os atendimentos eram feitos por optometristas vindos do estado de São Paulo — e não por médicos oftalmologistas, o que reforça a ilegalidade do serviço prestado. Em flagrante, 15 pessoas foram conduzidas à delegacia, onde os depoimentos das vítimas revelaram o esquema de ilusão: inicialmente era prometido óculos por R$ 89, mas, no local, os valores ultrapassavam R$ 890, com parcelamentos que enganavam os consumidores.

“Os atendentes diziam que o custo máximo seria de R$ 89 pela lente. Mas quando a vítima chegava, o preço real era 10 vezes maior. Muitas pessoas, constrangidas com a situação, acabavam pagando”, explicou o delegado titular de Barra Mansa, Bruno Gilaberte.

Ainda de acordo com o delegado, a quadrilha já teria atuado em diversas cidades fluminenses — como Carmo, Paulo de Frontin, Saquarema, Maricá e Volta Redonda — e até em outros estados, como Goiás. “Em um dos perfis dessa associação criminosa, já desativado desde 2022, há comentários de consumidores reclamando que os óculos não foram entregues, chegaram sem grau ou eram diferentes do solicitado”, completou.

O Procon também identificou que os pagamentos eram feitos para diferentes CNPJs, o que dificulta o rastreamento das transações e reforça o caráter fraudulento da operação.

A Polícia Civil segue com as investigações. A expectativa é que novas vítimas sejam ouvidas nos próximos dias. As 12 pessoas presas até o momento responderão por estelionato, associação criminosa e propaganda enganosa.

As autoridades pedem que qualquer cidadão que tenha participado ou sido lesado pelo suposto mutirão compareça à delegacia de Barra Mansa ou entre em contato com o Procon para colaborar com as investigações.

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