Domingo, Maio 18, 2025
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Polêmica dos bebês reborn chega ao Vale: empresária fatura alto enquanto políticos tentam proibir uso em serviços públicos

A febre dos bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam com impressionante fidelidade recém-nascidos humanos, chegou com força ao Vale do Paraíba. Por aqui, uma empresária do interior de São Paulo se destaca com uma fábrica que produz cerca de 300 bonecas por mês, movimentando um mercado que une arte, emoção e negócios lucrativos. Mas enquanto o sucesso cresce entre colecionadores e pessoas em busca de conforto emocional, o tema também esbarra em debates políticos e jurídicos que vêm ganhando repercussão nacional.

Na região, a empreendedora lidera uma equipe de artesãs que se dedicam a montar, pintar e dar vida a cada reborn. As bonecas são entregues com detalhes como veias visíveis, marcas de nascença, cílios implantados fio a fio e até certidões simbólicas de nascimento. O público vai de mães que enfrentaram a perda de filhos até idosos com Alzheimer, passando por colecionadores apaixonados. “Quem somos nós para julgar?”, diz a empresária, defendendo o aspecto terapêutico e afetivo das criações.

Mas enquanto os reborns ganham espaço nos lares e clínicas, parlamentares avançam com projetos de lei para limitar o uso dessas bonecas no serviço público. O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG) apresentou proposta para proibir o atendimento de bebês reborn em hospitais e unidades de saúde. Segundo ele, recursos do SUS devem ser reservados exclusivamente a seres humanos.

Na Câmara Federal, Zacharias Calil (União Brasil-GO) propôs uma lei que multa em até 20 salários mínimos quem utilizar bonecas para obter benefícios, como prioridade em filas. Já o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) apresentou projeto que proíbe qualquer atendimento profissional de saúde a esses objetos, por considerar que isso fere os princípios da moralidade e da eficiência administrativa.

Em sentido contrário, a Câmara do Rio de Janeiro reconheceu oficialmente o valor simbólico e terapêutico dos reborns ao aprovar o “Dia da Cegonha Reborn”, a ser celebrado em 4 de setembro. A medida homenageia as artesãs e reforça o uso das bonecas como instrumento de apoio emocional em diversas situações sensíveis.

Entre o lucro, o luto e a lei, os bebês reborn seguem dividindo opiniões. Para uns, são apenas bonecas; para outros, uma ponte entre dor e consolo. No centro desse debate, o Vale do Paraíba se torna vitrine de um fenômeno que desafia limites entre o real e o simbólico, o afeto e a política. E no fim, a pergunta ainda ecoa: quem somos nós para julgar?

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