Douglas Masulck propõe projeto que proíbe rodeios para evitar maus-tratos a animais em CruzeiroAnimais submetidos a rodeios sofrem com dor, estresse e violência disfarçada de tradição
O vereador Douglas Masulck (Partido Novo) protocolou na Câmara Municipal de Cruzeiro um projeto de lei que propõe a proibição da realização de festas de rodeio, vaquejadas, touradas, provas de laço ou qualquer outro evento que utilize animais como forma de entretenimento, diversão ou competição. A proposta tem como objetivo impedir práticas que possam causar sofrimento, maus-tratos, lesões ou até a morte de animais no município.
Inspirado em legislações já em vigor em outras cidades brasileiras que proibiram o rodeio e os maus-tratos a animais, como São Paulo (Lei Municipal nº 16.914/2018) e Campinas (Lei Municipal nº 15.343/2019), o projeto visa alinhar Cruzeiro às melhores práticas de proteção animal. Segundo o texto, ficam proibidas atividades como montaria, provas de laço, vaquejadas e quaisquer ações que submetam os animais a situações de estresse, dor ou risco de vida.
Pesquisas e relatórios técnicos apontam que os animais utilizados nesses eventos passam por intensa dor física e psicológica. O uso de equipamentos como sedém, esporas, peiteiras e choques elétricos visa forçar reações de medo e agitação nos bois e cavalos, provocando espasmos musculares, escoriações, fraturas e danos internos. A exposição ao barulho excessivo, à iluminação intensa e ao contato forçado com humanos em clima de tensão agrava ainda mais o sofrimento.
“Rodeios não são eventos inofensivos, muito menos festivos para os animais. Eles são forçados a reagir de forma agressiva por medo e dor. Essa dor é, muitas vezes, invisível ao público, mas real para o animal”, afirma a justificativa do projeto, que ainda alerta para o risco de banalização da violência quando ela é praticada sob o pretexto de tradição cultural.
A proposta estabelece penalidades para os organizadores que descumprirem a legislação, incluindo sanções administrativas e financeiras, além de restrições à emissão de alvarás para eventos futuros. A fiscalização ficará sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em articulação com órgãos de proteção animal e a Guarda Civil Municipal. Os valores arrecadados com as penalidades serão destinados a programas de proteção e conscientização sobre os direitos dos animais.
Um protetor de animais ouvido pela reportagem considerou a proposta necessária e coerente com a evolução da consciência social. “É um passo importante. Rodeio não é cultura, é crueldade travestida de tradição. Precisamos evoluir enquanto sociedade e isso começa por reconhecer o sofrimento que está por trás desses eventos.”
Além da pauta animal, Douglas Masulck também tem atuação destacada na defesa dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O vereador tem apresentado iniciativas voltadas à inclusão, ao acolhimento das famílias e à garantia de acesso a políticas públicas específicas, fortalecendo sua atuação em causas sociais sensíveis e fundamentais.
Boa parte da população, especialmente os defensores da causa animal, aguarda com expectativa que os demais vereadores acompanhem a iniciativa de Douglas e votem favoravelmente ao projeto, sinalizando um compromisso coletivo da Câmara com o bem-estar animal e com a construção de uma cidade mais ética e consciente.
A tramitação do projeto deve ter início nas comissões permanentes da Câmara Municipal nos próximos dias.


