Uso de esporas reacende polêmica sobre maus-tratos durante Cavalaria de São Benedito em Guaratinguetá
Uma nova denúncia envolvendo a tradicional Cavalaria de São Benedito em Guaratinguetá está provocando revolta e renovando o debate sobre o uso de animais em festas religiosas. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um participante, conhecido como “Mantena”, utilizando esporas — equipamento proibido pelo próprio regulamento da Cavalaria — durante o desfile. O homem, mesmo advertido por quem filmava a cena, ignorou o alerta e seguiu montado como se nada estivesse acontecendo.
Este episódio soma-se a outra recente polêmica no mesmo evento: cinco cavalos teriam sido amarrados em condições consideradas inadequadas, conforme denúncias anteriores. A repetição dessas ocorrências vem colocando em xeque os limites entre fé, tradição e o respeito aos direitos dos animais.
A Cavalaria de São Benedito é uma manifestação cultural profundamente enraizada na história da região, celebrada com devoção há décadas. No entanto, o uso de cavalos nessas festividades precisa estar alinhado às normas de bem-estar animal, o que, segundo ativistas e moradores, nem sempre tem sido respeitado.
Em outras cidades do Vale do Paraíba, como Cruzeiro, o questionamento sobre o uso de animais em eventos como rodeios também tem ganhado força. Grupos de proteção animal, cidadãos e até políticos vêm defendendo a permanência das festas, mas com uma revisão urgente das práticas adotadas.
“O problema não é a tradição, é a negligência disfarçada de costume. Tradição não pode ser desculpa para maus-tratos”, comentou uma internauta, ao compartilhar o vídeo que mostra o uso das esporas.
O episódio reforça a necessidade de fiscalização efetiva por parte das autoridades municipais, estaduais e até federais, bem como da conscientização dos organizadores e participantes dessas festas. Eventos religiosos não devem ser espaços de dor para animais que não escolheram estar ali.
O jornal permanece à disposição da organização da Cavalaria de São Benedito para qualquer esclarecimento oficial sobre o ocorrido. Enquanto isso, cresce o coro por uma tradição que celebre a fé com ética — e sem sofrimento.