Sábado, Abril 19, 2025
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“Entidade” do mal: líder espiritual é preso por abusos sexuais durante rituais em Bananal

Um líder espiritual de 51 anos foi preso em Bananal, no interior do Vale do Paraíba, acusado de abusar sexualmente de mulheres durante supostos rituais religiosos. A investigação da Polícia Civil revela que ele usava o pretexto de incorporar uma “entidade espiritual” para convencer as vítimas a manter relações sexuais, muitas vezes sem consentimento. Os atos eram filmados e usados para chantagem.

A prisão ocorreu na manhã do dia 10 de abril, no bairro Vila Bom Jardim, em cumprimento a mandados de prisão temporária e busca e apreensão. O investigado, que também atua como jardineiro e paisagista, foi encontrado com diversas bebidas alcoólicas, peças íntimas femininas, câmeras de monitoramento e um celular que armazenava os vídeos dos abusos.

Segundo o inquérito, o suspeito dopava as mulheres com bebidas alcoólicas antes dos rituais. Em depoimentos, as vítimas afirmaram que ele dizia estar “tomado” por uma entidade espiritual, o que justificaria suas ações. Em transe, o homem tocava e mantinha relações sexuais com elas. Após as sessões, ele ameaçava expor as imagens caso não houvesse continuidade dos encontros.

Até o momento, cinco mulheres prestaram queixa na delegacia. A Polícia Civil acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior. A gravidade dos relatos levou a equipe a pedir a conversão da prisão temporária em preventiva.

A investigação começou após uma jovem de 24 anos registrar boletim de ocorrência. Ela contou que buscava apoio espiritual em uma gira espírita e foi acolhida pelo acusado. Durante os rituais de “purificação”, era orientada a ficar nua, sob o argumento de limpeza espiritual. Inicialmente, o líder tocava o corpo da jovem sem chegar às partes íntimas, mas dizia que uma entidade assumiria o controle. Em seguida, os abusos se intensificavam.

Em depoimento, o acusado negou as acusações. Ele alegou que os atos não foram cometidos por ele, mas sim pela entidade que incorporava, e que não tinha consciência do que acontecia durante os rituais.

A Polícia Civil continua ouvindo testemunhas e aprofundando a apuração. O caso chocou moradores de Bananal e levanta um alerta sobre o uso distorcido da fé para manipulação e prática de crimes.

Imagem ilustrativa

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