Domingo, Maio 4, 2025
MancheteNotícias de Cruzeiro

Caso Danilo: emboscada cinematográfica em plena luz do dia revela execução planejada na Vila Romana

Cruzeiro, foi sacudida na tarde de segunda-feira (31/03), por um episódio digno de roteiro de thriller policial. Não havia helicópteros nem sirenes em perseguição alucinada, mas a cena era de cinema sujo, daqueles em que a pólvora resolve pendências que a Justiça tarda em alcançar. Na Avenida Lavrinhas, no coração da Vila Romana, o jovem Danilo Henrique da Silva Lopes, de 21 anos, foi ceifado sem direito à última fala. A execução, friamente calculada, tem todos os elementos de um acerto de contas de gente que não costuma deixar rastros — mas desta vez, deixou.

O relógio ainda não tinha batido as 15h quando Danilo e um segundo rapaz, identificado apenas pelas iniciais J.G.A.O., trafegavam de moto. Foi quando um VW/Nivus branco surgiu como predador: acertou a traseira do veículo e lançou os jovens contra uma parede. Em fração de segundos, quatro homens encapuzados, uniformizados com luvas, saíram do carro e abriram fogo com precisão cirúrgica. Danilo tombou na calçada. O colega, ferido, correu pela vida — e venceu, ao menos por ora.

A cena seguinte seria considerada exagerada até mesmo em roteiro da Netflix. No asfalto manchado de sangue, a perícia recolheu 17 cápsulas de calibre .380, duas de .40 e outros seis projéteis ainda sem classificação. Dentro do Nivus, uma coleção de indícios de um crime não apenas cometido, mas coreografado: munições extras, um galão de gasolina, fósforo, isqueiro e um coldre. O carro, aliás, ostentava placas clonadas e era produto de roubo no estado do Rio de Janeiro — onde a linha entre crime e milícia é tão fina quanto o fio da navalha.

Câmeras de segurança flagraram a cena. As imagens, agora sob análise minuciosa da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), são a esperança para dar rosto aos encapuzados e respostas à família do jovem executado. Por enquanto, o que há são suposições carregadas de lógica: a principal hipótese é de crime encomendado, meticulosamente planejado, provavelmente com motivações que a lei conhece bem — mas que o medo costuma silenciar.

Ninguém foi preso. O silêncio ainda reina, mas desta vez, está sendo investigado. O caso Danilo não é apenas mais uma estatística. É um retrato cruel de uma violência que não pede licença, não dá aviso e, sobretudo, não erra o alvo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

error: Content is protected !!