Ex-assessor afirma que repassava R$ 2 mil mensais ao ex-vereador Coletor Tigrão em esquema de ‘rachadinha’
Em depoimento recente à Polícia Civil, Bruno de Souza França, ex-chefe de gabinete do ex-vereador Coletor Tigrão (Cidadania), revelou que, entre janeiro de 2021 e outubro de 2024, repassava mensalmente R$ 2.000 de seu salário ao então parlamentar. Esses valores representavam cerca de 20% de sua remuneração bruta, que ao final do período alcançava R$ 10.449,50. No total, os repasses somariam R$ 92 mil. Bruno também afirmou que outros assessores eram obrigados a devolver parte de seus salários como condição para manterem seus cargos. Coletor Tigrão negou as acusações relacionadas ao suposto esquema de ‘rachadinha’.
Além dos repasses mensais, Bruno relatou ter sido compelido a arcar com despesas pessoais de Tigrão, incluindo pagamentos de R$ 2.450,67 e R$ 3.380 referentes a parcelas e tributos de um veículo adquirido pelo ex-vereador. Para corroborar suas declarações, o ex-assessor apresentou comprovantes desses pagamentos às autoridades policiais.
O depoimento de Bruno foi prestado em 22 de janeiro deste ano e anexado ao inquérito que investiga o suposto crime de concussão, caracterizado pela exigência de vantagem indevida por parte de um agente público. A investigação foi instaurada em julho de 2024 e segue em andamento para apurar as responsabilidades e circunstâncias dos fatos denunciados.
Coletor Tigrão exerceu o mandato de vereador em Taubaté durante a legislatura passada, de 2021 a 2024, mas não conseguiu reeleger-se nas eleições municipais de outubro de 2024. Em resposta às acusações, o ex-vereador negou a existência de qualquer esquema de ‘rachadinha’ em seu gabinete e afirmou que as alegações são infundadas.
O caso lança luz sobre práticas ilícitas na administração pública e reforça a necessidade de mecanismos de controle e transparência para coibir desvios de conduta por parte de agentes políticos e servidores.