Prefeitura de Canas recua e anuncia nova prova para processo seletivo após denúncias de plágio
A pressão surtiu efeito. Depois de dias de indignação e denúncias sobre plágio na prova do processo seletivo para professores em Canas, a prefeitura decidiu voltar atrás e anunciou a reaplicação do exame. A decisão, confirmada nesta quarta-feira (12), veio após a análise dos recursos apresentados pelos candidatos, que cobravam transparência e lisura no certame.
A nova prova está marcada para o dia 23 de fevereiro e será exclusiva para os participantes que realizaram o exame anterior e assinaram a lista de presença. O horário e o local da aplicação ainda serão divulgados nos canais oficiais da administração municipal.
O escândalo
Tudo começou quando candidatos notaram semelhanças gritantes entre questões da prova aplicada e conteúdos disponíveis na internet. A suspeita de plágio logo ganhou força e foi amplificada pelas redes sociais, gerando um movimento de cobrança por explicações. Professores apontaram que algumas perguntas haviam sido copiadas integralmente de materiais de estudo disponíveis online, sem qualquer adaptação ou critério pedagógico adequado.
A denúncia caiu como uma bomba na credibilidade do processo seletivo. Indignados, candidatos apresentaram recursos formais questionando a lisura da prova e exigindo providências da prefeitura. Diante da repercussão e da pressão, a Comissão do Processo Seletivo foi obrigada a se debruçar sobre as contestações – e, diante dos fatos, não restou outra saída senão reconhecer o problema e anunciar a reaplicação do exame.
Reações e desconfiança
A decisão de refazer a prova é uma tentativa de apagar o incêndio, mas não encerra as dúvidas sobre a condução do processo seletivo. Muitos candidatos ainda questionam como uma falha tão grave aconteceu e cobram mais transparência sobre os responsáveis pela elaboração da prova.
“Não é só refazer a prova, queremos saber quem permitiu que um exame fosse aplicado dessa forma. Houve plágio e agora? Quem responde por isso?”, questiona uma das candidatas que preferiu não se identificar.
Outros candidatos demonstram preocupação com a organização da reaplicação e temem que a nova prova não seja suficiente para restaurar a confiança no certame. “O estrago já foi feito. Se não fosse a denúncia dos professores, será que teriam admitido o erro?”, indaga outro participante.
Além disso, a decisão gerou outro problema: candidatos de outras cidades agora reclamam que terão que se deslocar novamente para realizar a prova, arcando com novos custos e transtornos logísticos. Outros alegam que não terão disponibilidade para comparecer na nova data, o que pode prejudicar suas chances no processo seletivo.
E agora, José?
A Prefeitura de Canas ainda não se pronunciou sobre eventuais responsabilizações dentro da comissão organizadora do certame. Também não está claro se haverá mudanças no método de elaboração da nova prova para evitar novas falhas.
Enquanto isso, os candidatos seguem atentos. O episódio reforça uma lição fundamental: em processos seletivos públicos, vigilância e cobrança são essenciais para garantir que a meritocracia não seja substituída por erros, descuidos ou, pior, favorecimentos indevidos.