Sexta-feira, Janeiro 31, 2025
Plantão Policial

Mulher Que Se Passava Por Promotora É Presa Por Extorsão e Cárcere Privado em Volta Redonda

A Polícia Civil de Volta Redonda prendeu, na tarde de quinta-feira (23), uma mulher de 59 anos acusada de extorquir um dentista de 54 anos durante dois meses, se passando por promotora de Justiça. A suspeita, que também alegava ser mãe de um delegado da Polícia Federal, utilizou uma narrativa falsa para manipular a vítima, alegando que 40 quilos de cocaína teriam sido encontrados em uma casa de praia de sua propriedade, em Paraty.

A partir dessa mentira, ela passou a exigir R$ 500 mil para “pagar advogados” e evitar que o dentista e sua mãe, dona do imóvel, fossem presos. A vítima, temendo as consequências da suposta acusação, vendeu a residência – avaliada em R$ 300 mil – por apenas R$ 120 mil. Todo o valor foi transferido para a conta da suspeita no mesmo dia.

A prisão aconteceu após os irmãos do dentista desconfiarem de seu comportamento e da ausência de contatos recentes. Eles foram até a casa do dentista, localizada no bairro Laranjal, onde encontraram a mulher. Ao perceber a chegada da polícia, ela tentou fugir em um táxi, mas foi detida no bairro Santa Cruz.

Como o Golpe Começou

O delegado José Carlos Pereira Neto explicou que a mulher conheceu o dentista através de uma rede social, iniciando um relacionamento amoroso. Desde o início, ela se apresentava como promotora de Justiça e mãe de um delegado da Polícia Federal.

O golpe começou quando o dentista mencionou a casa em Paraty. A mulher criou a história da apreensão de drogas e usou o medo para extorqui-lo, exigindo dinheiro sob a ameaça de prisão. Durante o período, ela restringiu as comunicações do dentista, inclusive destruindo seu celular para evitar que ele pedisse ajuda.

Um Histórico de Golpes

A investigação revelou que a suspeita não é novata em golpes. Em 2003, no Paraná, ela foi acusada de se passar por delegada de Polícia Civil. Em 2022, em Resende, ela também teria se apresentado como promotora de Justiça para aplicar outro golpe. Apesar disso, até agora, nunca havia sido presa.

Na delegacia, o dentista, visivelmente constrangido, relatou os detalhes do golpe e a ameaça psicológica constante que sofreu. A mulher responderá por extorsão qualificada com restrição de liberdade, semelhante a cárcere privado.

Mais Vítimas

Após a divulgação do caso, outra vítima compareceu à delegacia, alegando ter sido enganada pela mesma mulher. O delegado Neto solicitou que a pessoa reúna provas para anexar ao inquérito.

A polícia pediu à Justiça o bloqueio de R$ 70 mil restantes na conta da suspeita. As autoridades continuam investigando a possibilidade de novos golpes praticados pela mulher.

Este caso serve como alerta para a população sobre a necessidade de verificar informações e desconfiar de situações que envolvam grandes quantias de dinheiro ou ameaças, principalmente quando há a tentativa de isolar a vítima.

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