Crise e Controvérsia: A Intensa Presidência de Jacy Cleber no Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro
Na última semana, a equipe do Jornal A Notícia teve a oportunidade de ser recebida na residência de Jacy Cleber, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro. Em um ambiente acolhedor, que reflete a personalidade hospitaleira do anfitrião, tivemos a chance de ouvir diretamente de Jacy sua versão dos eventos que culminaram em sua renúncia recente.
Esta entrevista exclusiva joga luz sobre as complexidades e desafios enfrentados por ele durante seu mandato, oferecendo uma perspectiva detalhada e pessoal sobre as controvérsias que marcaram sua gestão no sindicato.
Em uma entrevista reveladora, Jacy Cleber, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro, compartilha os motivos e as circunstâncias por trás de sua controversa renúncia, que agitou o cenário sindical local.
JAN: Jacy, você poderia detalhar mais sobre os motivos que o levaram a renunciar ao cargo de presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro?
Jacy Cleber: Com certeza. O motivo principal foi a incompetência de 70% da diretoria. Eles agiam como se fossem soberanos, e se eu não atendesse a algum pedido deles, isso era visto como uma ameaça direta. A gota d’água foi a questão dos carros do sindicato, que eram usados de maneira indevida, muitas vezes levados para casa pelos diretores sem justificativa adequada, e isso era apenas uma parte do problema. Além disso, enfrentei graves problemas de saúde. Minha diabetes disparou para níveis alarmantes, ficando 14 dias acima de 400, e não descia nem com insulina. Isso, juntamente com o estresse contínuo, me fez perceber que eu precisava me afastar para cuidar da minha saúde.
JAN: Quais medidas específicas você implementou para prevenir a corrupção e desvio de fundos no sindicato?
Jacy Cleber: Inicialmente, o sindicato estava financeiramente debilitado, devendo muito dinheiro à federação. Eu introduzi controles rígidos para cortar gastos desnecessários e para aumentar a transparência. Por exemplo, um dos primeiros cortes foi nos gastos absurdos com a padaria, que chegavam a 50.000 reais para apenas 23 funcionários. Eu consegui reduzir esse montante para cerca de 3.000 reais, adequado para suprir as necessidades básicas sem exageros. Além disso, assumi pessoalmente a supervisão das finanças do clube de campo, onde anteriormente o dinheiro simplesmente desaparecia.
JAN: Há alegações de que houve desvio de dinheiro durante sua gestão. Como você responde a isso?
Jacy Cleber: Todas essas alegações são infundadas. A gestão financeira era compartilhada com o tesoureiro e o conselho fiscal, que também assinavam todos os documentos. O tesoureiro, em particular, é uma pessoa que eu nunca mais pronunciarei o nome. Ele é esperto, malicioso e esteve envolvido na quebra do sindicato cinco anos atrás. Deixei o sindicato com 3 milhões em caixa, muito mais do que quando entrei, o que demonstra a minha gestão responsável e transparente. Eu mesmo divulguei os extratos nas redes sociais para mostrar a todos como o dinheiro estava sendo gerenciado.
JAN: E sobre a traição que você mencionou anteriormente, poderia expandir sobre isso?
Jacy Cleber: Foi profundamente decepcionante. Eu não esperava que pessoas que eu considerava aliadas pudessem me trair. Mas recentemente, muitos diretores que foram coagidos a votar pela minha renúncia vieram até minha casa para expressar seu apoio e explicar que foram pressionados, com ameaças de demissão, a se alinhar com o restante da diretoria. Isso mostrou o nível de coerção e manipulação dentro da diretoria, que estava disposta a usar qualquer tática para manter o controle.
JAN: O que você diria agora aos seus críticos e às pessoas que duvidam da sua gestão?
Jacy Cleber: Eu diria que muitas das críticas que recebi foram baseadas em informações parciais ou manipuladas pela diretoria. A pressão e as ameaças que eu enfrentava eram insustentáveis. Eu sempre lutei pelos interesses dos trabalhadores e pelo bem do sindicato. Para aqueles que têm dúvidas, os documentos e as provas estão disponíveis. Minha consciência está limpa.
JAN: Após tantos desafios, o que mais lhe trouxe alegria durante seu tempo no sindicato?
Jacy Cleber: A maior alegria foi ver o impacto direto do nosso trabalho na vida dos trabalhadores. Poder ajudar diretamente na melhoria das condições de trabalho e na resolução de seus problemas sempre foi minha maior motivação. Apesar das adversidades, sei que fiz o meu melhor para fazer a diferença de forma positiva.
Conclusão: A entrevista com Jacy Cleber não apenas esclarece os motivos de sua renúncia, mas também expõe uma história de luta contra a corrupção e a má gestão dentro do Sindicato dos Metalúrgicos de Cruzeiro. As revelações de Jacy destacam a necessidade de uma liderança ética e de um compromisso inabalável com a transparência e a justiça no movimento sindical.